sexta-feira, 17 de junho de 2011

FMI reduz projeção do PIB brasileiro, mas vê ‘avanço robusto’ na AL

17 de Junho de 2011 | Por: Agência Estado

Blanchard acrescentou que a nova estimativa para o crescimento da economia brasileira também prevê que a política monetária terá que ser um pouco mais apertada.

"Isso vai resultar num crescimento mais fraco, e é uma das principais razões para a revisão", afirmou. Sobre a inflação no País, o economista-chefe do FMI não mostrou grande preocupação e previu que o IPCA irá retornar ao centro da meta, de 4,5%, em 2012.

"Poderia ser um problema, mas o Banco Central está bem ciente disso."

Questionado sobre alertas recentes feitos por economistas de mercado, como Nouriel Roubini, a respeito da possibilidade de um 'hard landing' da economia chinesa, Blanchard disse que sempre há alertas desse tipo sobre a China que acabam não se confirmando.

"É claro que pode ocorrer, e poderia ocorrer no futuro, mas não achamos que isso vá acontecer porque as autoridades chinesas já pisaram no freio muito fortemente", afirmou.

Blanchard reconheceu que existe a possibilidade de os preços dos imóveis estarem muito elevados em alguns lugares da China, mas avalia que, mesmo que eles caiam muito, não haverá efeitos semelhantes à crise dos EUA.

"As pessoas não têm hipotecas na China. Alguns bancos poderão ter problemas, mas o Estado provavelmente irá ajudá-los a se capitalizarem. Portanto, estamos bastante otimistas com a China", garantiu o economista. Para este ano, Blanchard prevê expansão de 9,6% da economia chinesa, seguida de 9,5% em 2012.
 

América Latina

A revisão do relatório prevê um avanço "robusto" do crescimento da América Latina e Caribe, que deve superar 4,6% em 2011 e 4,1% no próximo ano, e alerta para o risco de superaquecimento na região.

"A expansão tem sido mais forte na América do Sul, onde os preços altos de commodities e as boas condições de financiamento externo estão alimentando a demanda doméstica", afirma o relatório, divulgado hoje (17), em São Paulo.

"O hiato do produto fechou na maior parte da região e começam a aparecer sinais de sobreaquecimento: a inflação está subindo, déficits de transações correntes estão aumentando e o crédito e preços de ativos estão crescendo rapidamente", diz o documento do FMI.
No caso dos mercados emergentes, a aceleração da demanda, com maior consumo de alimentos e combustíveis, está pressionando os índices de preços para cima. As altas de preços, alerta o Fundo, estão aumentando o desafio de governos para conter a inflação e proteger os cidadãos mais pobres.

O FMI afirma que a inflação mundial acelerou de 3,5% no fim de 2010 para 4% entre janeiro e março deste ano, superando em 0,25 ponto porcentual o índice projetado em abril. Segundo o documento, isso se deve ao aumento acima do esperado nos preços das commodities, mas o FMI observa que o núcleo da inflação continua baixo nos EUA e Japão, e subiu apenas moderadamente na zona do euro.
 

EUA
O FMI está mais otimista em relação às perspectivas para as contas públicas dos Estados Unidos, apesar de ter reduzido a estimativa de crescimento do país para 2,5% em 2011, abaixo dos 2,8% estimados em abril.

O Monitor Fiscal indica que o déficit nominal da maior economia do mundo deve alcançar 9,9% do PIB, ante a projeção anterior de 10,8%. De acordo com o FMI, as receitas oficiais estão mais fortes do que o esperado, enquanto as despesas ficaram menores do que fora projetado.

Neste contexto, o FMI acredita que os EUA conseguirão atingir os objetivos fiscais de 2012 com esforços mais suaves na gestão das contas públicas.

Contudo, o Fundo ressalva que, para assegurar uma trajetória fiscal sustentável, é urgente" obter um apoio político abrangente para implementar um conjunto balanceado de medidas específicas a fim de dar base a "um plano de ajuste crível de médio prazo", com o apoio do Congresso, que tenha, entre seus objetivos, uma meta para o tamanho da dívida pública.
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