sábado, 18 de junho de 2011

Economistas explicam os riscos de a economia crescer muito

Matheus Lombardi
Do UOL Economia, em São Paulo
Quando somamos todas as riquezas produzidas no país temos o Produto Interno Bruto (PIB). É por isso que os resultados anunciados pelo governo são tão aguardados. O PIB é o principal “termômetro” da economia.
No ano passado, o Brasil cresceu 7,5%. Para este ano, o governo espera uma redução no ritmo de crescimento, que deve ficar em torno de 4,5% a 5%. No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu 4,2% em relação ao  mesmo período do ano passado.
O crescimento é positivo porque abre e amplia empresas, gera empregos e aumenta salários. Mas também há problemas, porque se o consumo crescer muito rapidamente, as empresas não conseguem produzir o suficiente para abastecer o mercado. Um dos efeitos é a inflação -alta de preços, porque um produto muito procurado e não encontrado passa a valer mais.
O governo vem adotando medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Para o economista da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Antônio Corrêa de Lacerda, a redução no ritmo do crescimento da economia do país é importante para que não haja problemas no futuro.
“O governo age certo em segurar o crescimento. Temos que fazer obras de infraestrutura, como aeroportos e estradas. Nós precisamos estar preparados para continuar crescendo”.
Quanto ao futuro, Lacerda é otimista em relação ao país e diz que com obras de infraestrutura o Brasil pode crescer ainda mais nos próximos anos.
“O país deve continuar crescendo. O Brasil está num momento em que é preciso fazer obras e arrumar a casa. Não adianta querer dar um passo maior que a perna”, declarou.

Consumo

Um dos riscos de um PIB muito alto é o excesso de confiança do consumidor e o aumento no número de devedores. Num momento de crescimento, os trabalhadores ficam mais otimistas e sentem mais seguros para gastar.
Muita gente acaba comprando além do que pode,  e o resultado são as dívidas.
Segundo o economista José Nicolau Pompeo, o consumo cresceu de forma acelerada nos últimos anos e é no cartão de crédito em que há mais problemas.
”As pessoas estão se endividando principalmente no cartão de crédito. É uma febre mundial. Não adianta nem falar para a pessoa deixar de usar o cartão para fazer compra, porque ninguém escuta”, afirmou.

Inflação

Com o aumento do consumo, os preços também sobem. E a inflação, que já foi uma das maiores inimigas da economia do país nas décadas passadas, começa a ameaçar novamente.
“As pessoas compram mais e os preços aumentam. Uma das principais formas que o governo tem para segurar o impulso das pessoas em comprar é dificultar o crédito, cobrando taxas mais altas.

Isso é necessário”, disse Pompeo.

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

FMI reduz projeção do PIB brasileiro, mas vê ‘avanço robusto’ na AL

17 de Junho de 2011 | Por: Agência Estado

Blanchard acrescentou que a nova estimativa para o crescimento da economia brasileira também prevê que a política monetária terá que ser um pouco mais apertada.

"Isso vai resultar num crescimento mais fraco, e é uma das principais razões para a revisão", afirmou. Sobre a inflação no País, o economista-chefe do FMI não mostrou grande preocupação e previu que o IPCA irá retornar ao centro da meta, de 4,5%, em 2012.

"Poderia ser um problema, mas o Banco Central está bem ciente disso."

Questionado sobre alertas recentes feitos por economistas de mercado, como Nouriel Roubini, a respeito da possibilidade de um 'hard landing' da economia chinesa, Blanchard disse que sempre há alertas desse tipo sobre a China que acabam não se confirmando.

"É claro que pode ocorrer, e poderia ocorrer no futuro, mas não achamos que isso vá acontecer porque as autoridades chinesas já pisaram no freio muito fortemente", afirmou.

Blanchard reconheceu que existe a possibilidade de os preços dos imóveis estarem muito elevados em alguns lugares da China, mas avalia que, mesmo que eles caiam muito, não haverá efeitos semelhantes à crise dos EUA.

"As pessoas não têm hipotecas na China. Alguns bancos poderão ter problemas, mas o Estado provavelmente irá ajudá-los a se capitalizarem. Portanto, estamos bastante otimistas com a China", garantiu o economista. Para este ano, Blanchard prevê expansão de 9,6% da economia chinesa, seguida de 9,5% em 2012.
 

América Latina

A revisão do relatório prevê um avanço "robusto" do crescimento da América Latina e Caribe, que deve superar 4,6% em 2011 e 4,1% no próximo ano, e alerta para o risco de superaquecimento na região.

"A expansão tem sido mais forte na América do Sul, onde os preços altos de commodities e as boas condições de financiamento externo estão alimentando a demanda doméstica", afirma o relatório, divulgado hoje (17), em São Paulo.

"O hiato do produto fechou na maior parte da região e começam a aparecer sinais de sobreaquecimento: a inflação está subindo, déficits de transações correntes estão aumentando e o crédito e preços de ativos estão crescendo rapidamente", diz o documento do FMI.
No caso dos mercados emergentes, a aceleração da demanda, com maior consumo de alimentos e combustíveis, está pressionando os índices de preços para cima. As altas de preços, alerta o Fundo, estão aumentando o desafio de governos para conter a inflação e proteger os cidadãos mais pobres.

O FMI afirma que a inflação mundial acelerou de 3,5% no fim de 2010 para 4% entre janeiro e março deste ano, superando em 0,25 ponto porcentual o índice projetado em abril. Segundo o documento, isso se deve ao aumento acima do esperado nos preços das commodities, mas o FMI observa que o núcleo da inflação continua baixo nos EUA e Japão, e subiu apenas moderadamente na zona do euro.
 

EUA
O FMI está mais otimista em relação às perspectivas para as contas públicas dos Estados Unidos, apesar de ter reduzido a estimativa de crescimento do país para 2,5% em 2011, abaixo dos 2,8% estimados em abril.

O Monitor Fiscal indica que o déficit nominal da maior economia do mundo deve alcançar 9,9% do PIB, ante a projeção anterior de 10,8%. De acordo com o FMI, as receitas oficiais estão mais fortes do que o esperado, enquanto as despesas ficaram menores do que fora projetado.

Neste contexto, o FMI acredita que os EUA conseguirão atingir os objetivos fiscais de 2012 com esforços mais suaves na gestão das contas públicas.

Contudo, o Fundo ressalva que, para assegurar uma trajetória fiscal sustentável, é urgente" obter um apoio político abrangente para implementar um conjunto balanceado de medidas específicas a fim de dar base a "um plano de ajuste crível de médio prazo", com o apoio do Congresso, que tenha, entre seus objetivos, uma meta para o tamanho da dívida pública.
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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Economia brasileira cresce 4,2% no 1º trimestre

Do UOL Economia, em São Paulo

PIB no 1º trimestre foi de R$ 939,6 bi; compare

Foto 1 de 11 - EIKE BATISTA
As riquezas geradas no país de janeiro a março equivalem a 19,7 vezes a fortuna de R$ 47,55 bilhões (US$ 30 bilhões) do empresário Eike Batista, a pessoa mais rica no Brasil e a oitava no mundo Fred Prouser/Reuters
A economia brasileira cresceu 4,2% no primeiro trimestre de 2011 na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Em relação ao último trimestre de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,3%. De janeiro a março deste ano, a riqueza gerada foi de R$ 939,6 bilhões .
A formação bruta de capital fixo, uma medida dos investimentos, aumentou 1,2% frente ao quarto trimestre do ano passado. O maior destaque, de acordo com o IBGE, foi a agropecuária, que registrou aumento de 3,3%. Em seguida, aparecem a indústria, com expansão de 2,2%, e os serviços, com elevação de 1,1%.
O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país durante um determinado período de tempo. A sua variação anual reflete o quanto a economia produziu a mais, ou a menos, que no ano anterior.
No acumulado dos últimos 12 meses (encerrados em março), a economia do país teve alta de 6,2% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.

Cálculo do PIB

Para calcular o PIB, são considerados todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.

O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.

Um carro de 2009, por exemplo, não é computado no PIB de 2010, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano.
(Com informações de Valor e Agência Brasil)

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